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03/08/2021

Nutrição no Skate

A recente inserção do skate nos jogos olímpicos trouxe visibilidade e divulgação à modalidade em todo o mundo, e a participação do Brasil nessa primeira edição nos jogos de Tóquio foi marcante, trazendo duas medalhas de prata na categoria street (com Kelvin Hoefler no masculino e com Rayssa Leal no feminino). Destaque ainda maior se deu à atleta Rayssa que com apenas 13 anos de idade foi a mais jovem medalhista olímpica dos últimos 80 anos.

O Skate é um dos esportes mais praticados pelos brasileiros atualmente e com essa exposição tende a conquistar ainda mais adeptos. Dados de uma pesquisa do Datafolha realizada em 2015 já demonstravam que 11% dos domici?lios brasileiros possuíam pelo menos um morador que praticava ou andava de skate. Embora a participação masculina ainda seja predominante entre os praticantes, as mulheres já representam mais de 20% desse total, sendo que a idade de maior número de praticantes está entre 11 e 15 anos (Datafolha, 2015).

Apesar de ser uma modalidade já profissionalizada, com organização esportiva bem definida por meio da Confederação Brasileira de Skate, a ciência da nutrição ainda possui muitos desafios a enfrentar nesse mundo do skate, principalmente entre os praticantes profissionais. Isso se dá pela reduzida quantidade de estudos científicos e relatos bem elaborados sobre o papel da nutrição no desempenho e na performance na prática da modalidade.

Os atletas que praticam skate de forma profissional tendem a buscar uma alimentação mais equilibrada, mas não é tarefa fácil para os profissionais da nutrição esportiva estabelecer parâmetros e recomendações nutricionais específicas para um esporte que não conta com padrões de periodização de treinamento e preparação física bem definidos.

Segundo relatos dos próprios atletas, o treino consiste essencialmente em “andar de skate” por duas ou mais horas ao dia, sem maiores programações.  Os cuidados com alimentação não são o principal foco nos períodos de treino e muitas vezes os atletas lançam mão de comida de rua e fast food como recurso alimentar durante sua prática. As características de composição corporal pouco influenciam na performance sendo observados bons desempenhos entre atletas com diversos estados nutricionais (que vão desde a magreza até o sobrepeso ou obesidade). Uma grande quantidade de quedas acompanhadas de lesões, escoriações e fraturas são observadas, gerando quadros inflamatórios persistentes e requerem uma atenção ao aspecto antiinflamatório da alimentação.

A Prática outdoor também expõe os atletas à hipertermia e desidratação, devido às condições ambientais muitas vezes desfavoráveis. Por ser uma modalidade muitas vezes praticada nas ruas, o acesso a alimentos adequados para serem consumidos antes e após os treinos fica restrito, afetando negativamente a oferta de energia para o treino e a necessária recuperação muscular.

Uma referência para consulta pode ser o capítulo sobre nutrição no skate publicado no livro Nutrição Esportiva: uma visão prática (Braggion & Chaves, 2014) que fornece algumas informações e sugestões de estratégias nutricionais a serem adotadas, que vão desde a oferta de macronutrientes, micronutrientes e compostos antioxidantes, bem como fornece parâmetros de hidratação e reposição hídrica que podem ser bastante úteis para os praticantes da modalidade.


Referências:

Datafolha e Confederação Brasileira de skate, 2015 (disponível em: http://www.cbsk.com.br/uploads/repositorio/pesquisadatafolha2015.pdf )

Braggion G.F. & Chaves R.G. Skate. In: Hirschbruch M. D.: Nutrição Esportiva: Uma Visão Prática. 3ª Ed. Editora Manole. Barueri. 2014.

 


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